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Rumo à perfeição

A cirurgia é um procedimento em constante evolução e necessita de dedicação exclusiva para seu aprimoramento. Os primeiros relatos datam de 6.500 anos A.C., com trepanações, que eram mutilações sangrentas em que se removia uma parte, geralmente circular, da calota craniana, para tratamento de dores crônicas de cabeça, epilepsia e rituais religiosos.

No Egito antigo, o papiro cirúrgico de Edwin Smith foi escrito por volta de 1.700 A.C. e descrevia como realizar o tratamento de feridas. Já no Renascimento, movimento cultural dos séculos XV e XVI, grandes pensadores como Leonardo da Vinci e Donatello, se contrapunham aos valores católicos, levando a Igreja a ser mais condescendente com a dissecção de cadáveres e estudo da anatomia humana.

O surgimento da cirurgia laparoscópica pode ser atribuído a Georg Kellig, cirurgião alemão de Dresden. Várias evoluções de equipamentos e estudos científicos com animais foram realizados até 1987, quando o médico francês Philippe Mouret fez a primeira remoção de vesícula biliar com cálculos, por via laparoscópica em um ser humano. Essa técnica se propagou rapidamente e colocou a cirurgia convencional em segundo plano.
Em 1995, na Califórnia (EUA), a empresa Intuitive Surgical se tornou pioneira na produção em grande escala de sistemas robóticos para uso cirúrgico, e teve sua liberação pelo FDA (food and drug administration) em 2000. Em 2006, foi lançada a segunda geração e em 2009 a terceira, denominada SI.

Essa plataforma robótica apresenta visão tridimensional de alta definição com ampliação de 12 vezes o tamanho real, o que produz uma imagem mais objetiva e de alta resolução. Os braços robóticos reproduzem com perfeição e filtro de tremores todos os movimentos que as mãos e punhos do cirurgião executam no aparelho. Isso se traduz em individualização dos tecidos com segurança, delicadeza e trauma mínimo, com consequente menor perda sanguínea, recuperação anestésica mais rápida e retorno precoce às atividades social e laboral.
O Da Vinci XI pode ser utilizado de forma segura em todos os procedimentos onde a laparoscopia era utilizada, com refinamento da técnica e otimização de resultados. Isso se traduz em individualização dos tecidos com segurança, delicadeza e trauma mínimo, com consequente recuperação anestésica mais rápida e retorno precoce às atividades social e laboral. A certeza dos benefícios da cirurgia robótica se traduz em números. Mais de 10 milhões de cirurgias realizadas, sendo dessas, 1,5 milhão apenas do ano de 2021.

Existem 6.730 plataformas espalhadas pelo mundo, sendo 85 dessas no Brasil. E conforme citado no início desse texto, a cirurgia necessita de constante aprendizado, sempre priorizando o melhor tratamento possível para que pacientes possam vencer a sua doença sem sequelas e que voltem a aproveitar o bem maior que nos foi dado, a vida. E, sem dúvida, a robótica é o mais próximo da perfeição que podemos chegar hoje.

Dr. Leandro Leal Medico Urologista